ensaio intitulado ''desmontes, aterros e túneis'' desenvolvido para o catálogo do pavilhão do brasil na 18ª bienal internacional de veneza

o texto é parte de uma pesquisa desenvolvida por dois coletivos de arquitetos, grua e oco, ambos sediados no rio de janeiro.

trata-se de uma investigação acerca da história arquitetônica e urbanística da cidade. situada em uma região alagadiça, com a presença de grandes maciços rochosos,o rio de janeiro foi marcado, no curso de sua urbanização, por uma série de operações que transformaram radicalmente sua geomorfologia: desmontes e atravessamentos de morros, aterros sobre o mar, lagoas. ao mesmo tempo que criaram possibilidades extraordinárias do ponto de vista da experimentação urbanística – como no caso do parque do flamengo –, essas intervenções também foram responsáveis por alterar elementos marcantes da paisagem, demonstrando pouca vontade de conciliação com a preexistência.

para ilustrar o ensaio, reunimos o farto repertório iconográfico e textual produzido ao longo do tempo por geógrafos, arquitetos-urbanistas, historiadores, e registros de uma experiência do cotidiano de quem habita a cidade. sobrepondo, em desenho, o atual tecido urbano da cidade com a morfologia dos elementos apagados, buscamos tensionar as temporalidades que constituem a sua história, trazendo impressões de um tempo presente que, para além de produzirem provas irrefutáveis sobre um passado a ser desvelado, evidenciam rastros de uma paisagem modificada.

equipe
gru.a (caio calafate, pedro varella, júlia carreiro e isadora tebaldi)
oco (juliana sicuro e vitor garcez)